quarta-feira, julho 15, 2015

Por que não falar a verdade?











por Mateus Colombo Mendes para o Mídia Sem Máscara


Só quem torce o nariz à simplicidade e à honestidade da verdade de homens comuns e de Bolsonaros são esses intelectualóides e os jornalistas de esquerda, além dos estrategistas cagões de centro e de direita.


Mentira, engodo, desinformação, confusão etc. conformam as estratégias da esquerda há século e meio. Mundo afora, a reação de parte dos não-esquerdistas, logo depois do atordoamento por lidar com o descaramento do adversário, é tentar imitá-lo, colocando a estratégia política acima da verdade indiscutível.

Olhemos para o Brasil. O PT mente há 30 anos. No meio desse caminho, seus adversários desistiram de defender a realidade. Passaram a fazer de conta que não eram a favor de ações corretas (e.g., austeridade e eficiência nas contas públicas e flexibilização de leis trabalhistas) e começaram a levantar as mesmas bandeiras do adversário mais eloquente. 

Quantas vezes vimos o PSDB pintando de azul bandeiras petistas? [Sim, assumo aqui que haja a possibilidade de o PSDB não ser mera linha auxiliar a serviço do PT.] Quantos políticos que sabíamos ser contrários ao desarmamento e outros esquerdismos não "esquerdaram" no Plenário ou aos microfones midiáticos?
Resultado: esquerda esmagadora e culturalmente hegemônica no Ocidente e politicamente poderosa em lugares como o Brasil.

Por que, então, ante tantos fiascos e fracassos, não tentamos simplesmente falar a verdade?


Ao surgimento de uma nova direita no Brasil, com o renascer do liberalismo econômico e do verdadeiro conservadorismo moral, há muita coisa boa, excelentes notícias. Mas uma analisada mais atenta é capaz de revelar quem esteja incorrendo novamente no erro do caminho mais fácil (e ineficaz e burro) de querer apropriar-se de bandeiras esquerdistas, em vez de substituí-las. Isso ocorre, sobretudo, entre os liberais.

A ideia é subverter a subversão da esquerda, usando as cartilhas de estratégia revolucionária (Maquiavel, Antonio Gramsci, Saul Alinsky) contra os próprios revolucionários. Ora, por que precisamos disso se contamos com a realidade dos fatos? Por que, em vez de imitar o PT, estimulando o ressentimento racial ao criar o Tucanafro, o PSDB não se esforçou em esclarecer o povo sobre os males das ditas discriminações positivas (ou ações afirmativas)? E o que dizer da seção "gay" do EPL (Estudantes Pela Liberdade), grupo que defende as liberdades individuais mas dá espaço à bandeira de grupos de pressão? 

Esse tipo de estratégia, à qual não-esquerdistas aderem por pragmatismo ou mesmo de forma induzida e realmente engajada (e esquizofrênica, neste caso) é torpe e afronta diretamente o liberalismo e o conservadorismo, porque é orientada ideologicamente, por idéias abstratas, não pela busca da verdade, da realidade dos fatos. O máximo que deveríamos fazer com as armas de guerra política da esquerda, em geral, seria estudá-las a fundo para entendê-las e combatê-las. Assimilar as bandeiras e as formas do discurso da esquerda, a fim de subverter a subversão, é começar a guerra já vergonhosamente derrotado. 

Ademais, além de possuir a moralidade do esquerdismo (ou seja, nenhuma moralidade), esses gramscismos e alinskyanismos de sinal trocado são absolutamente ineficazes, porque causam 

  • desconforto e constrangimento entre quem está do lado dos estrategistas, por causa da artificialidade e da mendacidade do negócio, 
  • confusão no observador neutro ou indeciso 
  • e risos no adversário, que colherá os frutos desses marqueteiros.

Estratégias políticas são, sim, importantíssimas, mas não são fundamentais -- pois o fundamento está na verdade. Basta ver o sucesso que tipos de certa forma toscos como Jair Bolsonaro faz entre o povo. Por quê? Porque simplesmente "dão a real". Escorregam aqui e ali, como qualquer pessoa, mas, em geral, falam aquilo que toca a população, aquilo que o homem comum pensa. [E isso, falar o que o povo pensa, é muito diferente e muito mais honesto do que falar como o povo, como faz Lula, com sua humildade fingida.] E se há algo que a realidade nos mostra é que a sabedoria do homem comum, que vive a vida real, é muito mais valiosa que as masturbações intelectuais de ideólogos de gabinete. Aliás, só quem torce o nariz à simplicidade e à honestidade da verdade de homens comuns e de Bolsonaros são esses intelectualóides e os jornalistas de esquerda, além dos estrategistas cagões de centro e de direita. Estes, a propósito, são os mesmos para os quais dirijo a questão central deste texto: POR QUE NÃO FALAR A VERDADE?

A forma e a retórica são valiosíssimas, sim -- desde que orientadas pela verdade. Se estiverem esvaziadas de conteúdo fático, preenchidas somente com o gás etéreo da estratégia pela estratégia, serão prestadoras de serviço à maldade e ineficazes em seus intentos. Não sou eu, mas a História é quem afirma isso tudo.




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