quinta-feira, janeiro 31, 2013

Jerusalém, prepare-se para quatro anos bem complicados.











Jerusalém, prepare-se para quatro anos bem complicados.


por Daniel Pipes (título Original: O Antissionismo de Obama - Obama's Anti-Zionism)

Tradução: Joseph Skilnik




Eu previ dois meses antes da eleição presidencial de novembro de 2012 que, se Barack Obama fosse reeleito, "Israel seria tratado da forma mais fria até hoje dispensada por um presidente dos Estados Unidos". Bem, a eleição acabou e o tratamento frio está em vigor. Obama sinalizou nos últimos dois meses o que nos espera, vejamos:
Ao escolher três autoridades para o mais alto escalão – John Kerry como Secretário de Estado, John Brennan como chefe da CIA e Chuck Hagel como Secretário da Defesa – vai do sem noção ao hostil em se tratando de Israel.

Ao aprovar um enorme presente de armas avançadas - 20 aviões de combate F-16 e 200 tanques Abrams M1A1 – para o governo islamista do Egito, muito embora o seu presidente, Mohamed Morsi, esteja se tornando cada vez mais déspota, chamando os judeus de "sangue sugas, … belicistas, descendentes de macacos e de porcos".
Ao reiterar a tática paternalista que já dura 35 anos, depositando a confiança em pessoas com posições conhecidamente anti-israelense no intuito de condenar sua política e ao mesmo tempo fazer de conta estar preocupado com o bem-estar do país: "Israel não sabe o que é melhor para si".

Ignorar as evidências da importação pelo Cairo de peças de mísseis Scud da Coréia do Norte.
Desprezar os 239 membros da Câmara que solicitaram o fechamento do escritório da OLP em Washington em resposta a insistência da OLP em obter o status de observador nas Nações Unidas.

Os três nomeados – Chuck Hagel, John Kerry, John Brennan.





Perguntado sobre a nomeação de Hagel, Ed Koch, ex-prefeito da cidade de Nova Iorque que, apesar das duras críticas a Obama, mesmo assim o apoiou para a reeleição, deu a espantosa resposta a seguir: "Eu pensei que chegaria a hora em que [Obama] iria renegar … seu apoio a Israel [mas] está acontecendo um tanto antes do que eu imaginava". Mesmo os partidários pró-Israel de Obama esperavam que ele se voltasse contra o estado judeu!

Esses passos anti-Israel levantam preocupações por estarem em harmonia com a visão antissionista de outrora de Obama. Faltam pormenores, mas sabemos que ele estudou, favoreceu, incentivou e se relacionou com extremistas palestinos. Por exemplo:




Uma foto tirada em 1998 mostra Obama ouvindo com atenção o teórico anti-Israel Edward Said. Obama assistia passivamente sentado enquanto oradores, em um evento em 2003 enalteciam Rashid Khalidi, ex assessor de relações públicas da OLP e acusavam Israel de conduzir uma campanha terrorista contra os palestinos comparando "colonos sionistas na Cisjordânia" a Osama bin Laden. Ali Abunimah, agitador anti-Israel, elogiou Obama em 2004 por "defender uma abordagem equilibrada em relação ao conflito israelense-palestino," palavras-código significando distanciamento do governo dos EUA de Israel. Obama por sua vez elogiou Abunimah pelos seus artigos obsessivamente anti-Israel no Chicago Tribune, insistindo que ele "continuasse com o bom trabalho"!



Abunimah também revela que, já em 2002, Obama baixou o tom da retórica contra Israel" à medida que planejava passar da insignificante política de Illinois para a projeção nacional" e Obama deixou isso bem claro dois anos depois, retratando-se frente a Abunimah: "Oi, desculpe não ter dito mais sobre a Palestina no presente momento, mas estamos em uma complicada corrida nas primárias. Espero que, quando a poeira baixar, eu possa ser mais franco".

E Obama zelosamente pôs em prática as necessárias mudanças políticas, ainda que de maneira constrangida e relutante ("eu tenho que lidar com ele todos os dias" choramingou em relação ao primeiro ministro israelenseBinyamin Netanyahu). Ele apoiou Israel nas guerras de 2008-09 e 2012 contra o Hamas. Sua administração classificou o Relatório Goldstone"profundamente deturpado" e defendeu Israel nas Nações Unidas sem recorrer a lobbies, votos e vetos. Seguiu-se um fluxo de armamentos. O fato de Israel não fazer parte do Tratado de Não Proliferação de Armas Nucleares continuou em vigor. Quando Ancara cancelou a participação israelense na manobra aérea "Anatolian Eagle" em 2009, os Estados Unidos se solidarizaram retirando-se do evento. Se Obama criou as crises quanto a planejada construção de casas, no final acabou permitindo que ela esfriasse.


Voltando ao presente: A provável reeleição de Netanyahu, nessa semana, como primeiro ministro de Israel significará a continuidade da liderança em ambos os países. Mas isso não implica na continuidade das relações EUA-Israel, Obama, livre das amarras da reeleição, pode finalmente dar vazão ao seu antigo ponto de vista antissionista após uma década de posicionamento político. Atente para um tom marcadamente desfavorável da segunda administração Obama frente ao terceiro governo de Netanyahu.

Emblema de uma manobra aérea conjunta de um exercício que nunca 
aconteceu, disponível agora no eBay por 9,99 dólares.


Lembrando o que Obama disse em uma conversa ao pé do ouvido em março de 2012 com o então presidente russo, Dmitry Medvedev ("Esta é a minha última eleição e após a minha eleição, terei mais flexibilidade"), existe um mundo de razões para acreditar que, tendo sido reeleito, a "poeira tendo baixado" e após uma década de prudência, ele poderá "ser mais honesto" em promover a causa palestina às custas de Israel.

Eu também previ em setembro que "os problemas de Israel irão realmente começar" caso Obama vença a reeleição. Eles já começaram, Jerusalém, prepare-se para quatro anos bem complicados.



quarta-feira, janeiro 30, 2013

Planeta dos jumentos… também.







por Nurit Bensusan



Abandonados pelas ruas do Norte/Nordeste.





Há efeitos colaterais, em alguns processos, que são absolutamente surpreendentes. Alguns até levam a descobertas interessantes como a da penicilina. Mas, aqui, quero falar de um efeito colateral da melhoria das condições de vida no Nordeste brasileiro. Trata-se da situação dos jumentos… É isso mesmo… estranho, né? Esse animal, domesticado há cerca de 5 mil anos, é originário do norte da África. Há muito é utilizado como animal de carga e de montaria. Sancho Pança, incansável companheiro de Dom Quixote, não foi o único a vagar pelo mundo montado num burrico… Até recentemente, esse animal foi fundamental para o exercício de várias tarefas no Nordeste brasileiro. Mas agora…

Dizem, e eu não sei se é verdade, que como a população do Nordeste passou a usar outros meios de transporte que não os famosos jegues, esses pobres animais ficam a vagar, desolados, pelas ruas das cidades do interior. Para resolver o problema, os governos estaduais estavam dispostos a exportar os jumentos. Chegou-se a noticiar, no ano passado, que o Rio Grande do Norte iria exportar 300 mil jegues por ano para a China. Esse país abate cerca de 1,5 milhão de burros anualmente para fins alimentares. Ou seja, os jumentos deixariam de ser meios de transporte e passariam a ser comida chinesa… Fico me perguntando se seria um grande avanço para eles… A verdade é que o negócio não se concretizou e os jumentos continuam circulando Nordeste afora…

Pesquisando um pouco sobre o uso dos jumentos mundo afora, descobri que em Israel, há um parque que usa esses animais como meio de transporte para seus visitantes, mas não apenas como burricos para montaria… trata-se de jegues high-tech! A cada jumento está acoplado um roteador wi-fi que permite que o visitante curta e compartilhe em tempo real suas experiências na Vila Yore, no Parque de Kfar Kedem, ao norte de Israel. O interessante é que a proposta do Parque é simular a vida na Terra Santa há 2 mil anos, dando ao visitante a oportunidade de ver e participar de várias atividades… mas tudo isso com possibilidades de postar tudo no facebook imediatamente…

Parque de Kfar Kedem Israel - Biblical Park Outfits Donkeys With Wi-Fi


Outra ideia interessante vem do próprio Nordeste: no Ceará, um apicultor, Manuel Juraci, leva seu jumento, com roupas de apicultor, todo dia ao seu apiário, onde o animal ajuda a coletar 9 litros de mel. Talvez esse apicultor pudesse fazer escola e outros jegues bem treinados pudessem servir de ajuda a outros apicultores… Enfim, espero que, antes que virem comida chinesa, alguém pense num destino mais nobre para nossos pobres jumentos… ideias não hão de faltar… afinal, eles devem ter seu lugar nesse planetinha também… ou não?




(*)Nurit Bensusan
Bióloga e engenheira florestal, pós-graduada em História e Filosofia da Ciência pela Universidade Hebraica de Jerusalém, mestre em Ecologia e doutora em Educação pela Universidade de Brasília (UnB). É autora do blog Nosso Planeta, do jornal O Globo, uma de suas plataformas de popularização da ciência, e criadora da Biolúdica, oficina de jogos com temas biológicos voltada para crianças e adolescentes. Participa também do coletivo de ideias Biotrix e é autora de mais de 12 livros, entre eles Biodiversidade: é para comer, vestir ou passar no cabelo; Meio Ambiente: e eu com isso?; Quanto dura um rinoceronte?, Rio + 20, +21, +22, +23 e Labirintos – Parques Nacionais (editora Peirópolis). Foi responsável pela área de biodiversidade e coordenadora de políticas públicas do WWF Brasil, coordenadora de biodiversidade no Instituto Socioambiental e coordenadora do núcleo de gestão do conhecimento do Instituto Internacional de Educação do Brasil.


segunda-feira, janeiro 28, 2013

Dilma reduz conta de luz, mas aumenta o número de criminosos soltos.






Comemoremos então; afinal com a luz mais barata poderemos ficar mais tempo em casa usando todos os aparelhos eletro eletrônicos e pagando menos.




Enfim o país é mesmo assim de 2003 para cá:




Quando a notícia é negativa, quando fere os direitos da sociedade, a nossa zelosa imprensa apartidária e isenta não noticia ou, no máximo, lá no ultimo caderno em pequeninas letras e, claro, sem dizer quem foi que sancionou a lei. Por outro lado, quando a notícia for positiva - pelo menos para a publicidade do governo - aí então a nossa querida imprensa solta fogos, coloca manchetes enormes e nunca deixa de ressaltar o nome da(ou do) presidente que sancionou. No caso da redução de tarifas a zelosa imprensa esqueceu de mencionar que os governos petistas dobraram o valor dos tributos na nossa conta de luz de cada dia; mas isso é um pequeno detalhe.

Vejamos então a lógica do nosso sistema de justiça:

De cada seis presos em flagrante, 1 é libertado, apenas em São Paulo. Antes dessa lei 12.403, a média era de 1 a cada 9. Os dados são da Dipo (Departamento de Inquéritos Policiais). Em declaração ao jornal Folha de S.Paulo, o corregedor Alex Zilenovski disse “Os magistrados já assimilaram a sistemática da nova lei, o que se pode constatar pelo aumento expressivo do número de alvarás de soltura do Dipo”.

Ao mesmo tempo em que a politica de segurança é trazer insegurança à população, "nobres" deputados como  Domingo Dutra, que não poderia pertencer a outro partido senão o dos mensaleiros (PT-MA), propõe aos coitados pedófilos sem infância, aos estupradores cheio de amor; aos assaltantes excluídos do bolsa família e aos latrocídas sem curso de tiro, uma série de mimos como creme hidratante, condicionador de cabelo, chuveiro quente e biblioteca. E para não ficar só na aberração o grande deputado propõe ainda o dia do encarcerado: 25 de junho. Não faz parte do projeto, mas podemos imaginar que nesse dia em todo o pais veremos brevemente algo parecido ao Halloween; ao abrirmos a porta de casa detentos beneficiados com a comemoração do seu dia nos dirão sorridentes: Vim buscar meu presente: sua vida. Não entendi bem a data de 25 de junho, já que concorrerá com o Dia do Cotonete; o dia da Paçoca em Pernambuco e o dia do Imigrante. Não creio que o deputado seja tão irresponsável e sugeriu essa data em homenagem ao dia "sagrado" pelos satanistas: o Antinatal... será?




O projeto em discussão prevê que o agente penitenciário que não fornecer o material de higiene necessário – inclusive o creme hidratante – corre o risco de ser condenado a seis anos de prisão. O texto determina punições até mesmo para juízes e promotores que não cumprirem o dever de fiscalizar as condições nas unidades prisionais – o que pode resultar em até quatro anos de prisão para as autoridades. Mas Domingo Dutra não vê excessos na medida: “É preciso estabelecer punições, inclusive para os juízes e promotores que não fazem as inspeções que deveriam realizar mensalmente”. Ou seja, quem não fornece o hidratante tem uma pena maior do que o que assalta, furta ou rouba. Não é uma graça esse deputado ???


E para os que gostam de criticar apenas um entre todos os 27 governos estaduais, acusando-o de "falta de investimentos na segurança", sugiro dar uma "espiadinha" no Mapa da Violência, de 200 a 2012.



domingo, janeiro 27, 2013

Entre a suástica e a palmatória.


Entre a suástica e a palmatória.






Reportagem especial da Revista de História da Biblioteca Nacional, janeiro de 2013
Reportagem: Alice Melo





Uma briga de porcos derrubou a primeira barreira que encobria uma história existente apenas nas lembranças de velhos personagens. O obstáculo rompido nos idos da década de 1990 era a parede gasta de um chiqueiro imundo que outrora fora habitado por empregados de uma fazenda localizada no município de Paranapanema, interior de São Paulo. A Cruzeiro do Sul, que hoje beira os 72 hectares de terra. Na ocasião, quem tentava conter os suínos em sua disparada era Tatão, então proprietário das terras, e seu empregado, Aparecido. A dupla falhou ao apartar a rixa; os bichos abriram um buraco na parede e escaparam rumo ao capinzal numa corrida ensurdecedora. Aparecido seguiu os porcos para evitar prejuízo, mas Tatão permaneceu atônito no chiqueiro destruído. Os tijolos maciços caídos no chão, antes encobertos pela argamassa, revelaram ao homem a marca inconfundível, cravada no centro de um losango: a suástica nazista.


“Eu chamei: hômi, volta aqui, hômi, vem ver isso”, lembra Tatão – apelido de José Ricardo Rosa – fixando os olhos verdes no horizonte, entre uma e outra baforada no seu tradicional cigarro de palha. “Quando ele chegou, eu mostrei a marca pra ele. Ele me disse que era a marca do tijolo. Eu falei: como assim? É a marca da Alemanha! E ele disse que não, era a marca do tijolo. Por anos, eu fui ridicularizado na cidade. Ninguém desconfiava que aquele tijolo, com aquela marca, era a prova de que existiu, naquela fazenda, uma filosofia nazista no passado.”


A descoberta do tropeiro permaneceu como peça solta de um quebra-cabeça complexo até 1998, quando a enteada de Tatão, Suzane, durante uma aula sobre a Segunda Guerra Mundial, reconheceu, nas imagens do livro didático, a marca encontrada nos tijolos de sua fazenda, e avisou ao professor. O historiador Sidney Aguilar Filho, que trabalhava na cidade de São Roque, a 160 quilômetros da fazenda, não acreditou na história da menina. Foi preciso que ela levasse o material na aula seguinte para que ele iniciasse uma investigação. Esta durou dez anos e culminou na tese de doutorado “Educação, autoritarismo e eugenia: exploração do trabalho e violência à infância desamparada no Brasil (1930-1945)”(Para baixar o documento da tese em PDF clique aqui), defendida na Unicamp em 2011. 

Com aquele objeto em mãos, o pesquisador rumou à região e se instalou no município vizinho, Campina do Monte Alegre, ou Campininha – cidade hoje com 5 mil habitantes. Lá, teceu os primeiros fios de uma teia tortuosa de significados. Em meio a polêmicas, a teia liga a simbologia nazista presente na propriedade rural a um contexto de simpatia a ideais de racismo e autoritarismo no Brasil das décadas de 1930 e 1940.







sábado, janeiro 26, 2013

Cidade de Santos








O maior jardim de orla do mundo - 467 anos de fundação.








Sombras de Martim Afonso.Brás Cubas, Navarro, Anchieta.Mangue pestilento.Tabas do íncola bravio.Brasil novo, minha gente.
Revivo os dias do Brasil passado,nestas praias de Santos,batidas de sol e beijadas pelo Atlântico.

Evocação do burgo, inicial e rude.Uma coroa de terra, ressaindo do escuro charco,cerrada de morros inóspitos, agressivos.Pântano, mangue, praias submersas, o lagamar.
A bota ferrada do conquistador avança imperativa e audaz.Na baliza do trabuco alçado a planta firme do negro,os artelhos ágeis e sutis do índio.Apontando o mostrador do Tempo.Traçando rumos à História do futuro,os vultos austeros de Nóbrega,José de Paiva, Anchieta.

O descobridor valente avança destemido.Vence Paranapiacaba e, alargando trilhas,sobe lentamente, decidido.Conquista a serrania imensa.Firma-se no Planalto,e gesta Piratininga.
Revejo os dias do Brasil passado nesta cidade autêntica no estilo lusitano.Nestas velhas igrejas de barroco original.Nestas ruas estreitas, desiguais.Nestas frentes vestidas de azulejos.Nos portais de pedra destas casas de beirais.

Revivo as eras do Brasil primevo nestas ruas de Santos, de nomes legendários:Manoel da Nóbrega, Brás Cubas,Fernão Dias, Tibiriça, Anchieta.Escola de Sagres... Caravelas e veleiros.Naus do descobrimento.Mestres marinheiros,reis dos mares oceanos.
Marujos e gajeiros.Velho Portugal de meus avós.Rudo tronco ancestral, genealógico.Minas e bandeiras, cidades e forais.Unidade de raça, de língua, de ética, de costumes.
Heredos e atavismos, nômades e sedentários...Assimilação e repulsa.Afro, luso, ameríndio.Tateio entre as raças donde provenho para o desconhecido dos destinos.

Combatendo a mim própria,procuro conjugar estranha sensação de ser e de não ser...Afro, lusitano e bugre— sou a herança hesitante de vós três.Praias de Santos...Íncolas e lusos.Fidalgos e plebeus.Negros da Costa d'África.Piratas e salteadores.Traficantes e bastardos.Frades e judeus pisaram estas areia se se acoitaram nestes recantos.

sexta-feira, janeiro 25, 2013

São Paulo, meu amor: 459 anos.





  





MINHA INSÓLITA METRÓPOLE


Minha insólita metrópole, capital de todos os absurdos!

Música eletrônica em fundo de serenata, paisagem cubista com incrustações primitivas, poema concreto envolto em trovas caboclas.

Cidade feita de cidades, bairros proclamando independência, ruas falando dialetos, homens com urgência de viver.

Oceano feito de ilhas. Ilhas chegando, ilhas sangrando, ilhas florindo.

Os céus cansados do concreto que arranha. Cresce o mar das periferias.

No barco dos barracos navega um sonho. No fundo de cada um dos cidadãos do mundo, dorme a província.

Ali a velha igreja com seu campanário esperando a mantilha da noite.

Anúncios luminosos piscam obsessões. O asfalto é irmandade de credos.

No centro, todos os vícios e todas as virtudes convivem nas esquinas da São João.

Os domingos são quadrados. Cabem dentro da tela de cinema, do aparelho de televisão, da página do jornal, do campo de futebol.

O metrô é mergulho no inconsciente urbano. Nele o mesmo silêncio dos elevadores. Convívio de sonâmbulos, de antípodas da fila de ônibus e do trem de subúrbio onde há tempo para o cansaço florir num sorriso.

Aqui o verde é esperança cobrindo o frio de existir.

Teatros e o ballet da multidão, museus contemplando o quadro dos que se agitam, orquestras e a sinfonia de uma época em marcha. 

Nestes tempos modernos, Carlito operário ou estudante, comerciário ou burocrata, é técnico em sobreviver.

Planalto dos desencontros, porto dos aflitos, rosa de eventos onde até o futuro tem pressa de chegar.

Mal-amada cidade de São Paulo, EU TE AMO!


terça-feira, janeiro 22, 2013

O despontar do radicalismo islâmico.








por Herman Glanz


 Execução por apedrejamento, por islâmicos: A mulher é enterrada parcialmente, em alguns lugares. Depois é apedrejada até à morte. 

Estamos presenciando um avanço do islã radical na região do Mediterrâneo, especialmente no norte da África, em sequência da Primavera Árabe. É a retomada do projeto de implantação do Califado europeu, o Esplendor Al Andaluz. O que preocupa é que essa Primavera se estende pelo verão, outono e inverno, e se torna em violência local e com uma inclinação contra o Mundo Ocidental, europeu e americano.

No momento a atenção mundial se desloca para Mali e Argélia, que são países vizinhos, onde aconteceram dois sequestros de estrangeiros e locais trabalhando em instalações petrolíferas e de gás de cada país, e que terminaram numa carnificina, tanto de reféns como de terroristas, depois da reação das respectivas forças armadas. E em ambos os casos, grupos terroristas ligados à al-Queida foram os responsáveis pelos sequestros.

Apesar das declarações americanas de que a al-Queida estava fadada a desaparecer depois da morte de Osama Bin Laden, estamos verificando que a al-Queida continua operativa – os americanos não acabaram com esse conglomerado do terror. Preocupa observar a aliança dos grupos radicais islâmicos vizinhos com reivindicações contra o Ocidente. No sequestro da Argélia exigiam a libertação do Sheik egípcio Omar Abdelrahmane e da paquistanesa Aafia Seddequi (noticia aqui), presos nos Estados Unidos por apoio ao terrorismo.

Exigiam, também, a libertação de ‘militantes e combatentes’ islâmicos e reação à intervenção francesa no Mali, intervenção em apoio ao governo e contra a ação de terroristas islâmicos. Observa-se, assim, apoio desses terroristas aos interesses dos radicais islâmicos egípcios, pois grande parte dos terroristas é constituída de egípcios tanto da Irmandade Muçulmana como dos Salafistas, tendo ocorrido manifestação no Cairo, em frente da embaixada da França, pedindo a expulsão do embaixador francês, havendo confrontos com grupos contrários.

No Mali, além da empresa petrolífera argelina, operam a Statoil, russa e a British Petroleum, o que esclarece porque o Presidente Putim deu apoio aos franceses, mandando avião Antonov de auxílio no transporte de tropas e armamentos. O diário Asharq Al Awsat lamenta ter a comunidade internacional saudado a intervenção francesa para salvar o povo de Mali, mas não se manifesta em favor do povo da Síria, massacrado há praticamente dois anos pelo governo de Bashar Assad que, aliás, se mostra satisfeito pois esquecem dele enquanto se fala no Mali e na Argélia.

A França, sob o governo do socialista François Holande, declara ter ido à guerra no Mali porque “não podemos ter um estado terrorista na porta da Europa”, mas quando Israel lança uma operação em defesa de seus cidadãos contra ataques com mísseis dos terroristas de Gaza, toda a mídia francesa protesta contra a ‘agressão israelense’. Mas devemos ter presente que Paris fica a mais de 6.000 km de Bamako, capital do Mali, e a distância entre Israel e Gaza é de 1 km.

Observa-se também na mídia destaque para a campanha atual do Presidente americano em favor do desarmamento mas, por outro lado, manda caças F-16 e tanques Abrams para o Egito governado pela Irmandade Muçulmana, que apoia o terrorismo islâmico. Em razão desse fato já se observa na mídia comentários de que tudo indica tratar-se de ação do governo americano em favor dos movimentos islâmicos, procurando, dessa forma, sendo simpático aos islâmicos radicais, salvar a reputação americana pelo mundo afora.

Seria, assim, uma ação coordenada americana, o que pode justificar ter deixado Israel de lado, inclusive se imiscuindo nas eleições israelenses, com a pretensão de derrotar Netanyahu, para ter um governo israelí simpático aos americanos, mesmo sabendo que são os israelenses quem determinam seus próprios interesses, contra qualquer interferência estrangeira.

Fonte: Pletz

domingo, janeiro 20, 2013

Brasil Carinhoso: Virgindade de meninas por vinte reais.






Este é o Brasil do futuro, tão carinhoso com seus habitantes, onde em São Gabriel da Cachoeira, município amazonense, na fronteira do Brasil com a Colômbia, um homem branco compra a virgindade de uma menina indígena –entre 12 e 15 anos— com aparelho de celular, R$ 20, peça de roupa de marca e até com uma caixa de bombons.

A pedido das mães das vítimas, a Polícia Civil apura o caso há um ano. No entanto, como nenhum suspeito foi preso até agora, a Polícia Federal entrou na investigação no mês passado.

Doze meninas já prestaram depoimento. Elas relataram aos policiais que foram exploradas sexualmente e indicaram nove homens como os autores do crime.
Entre eles há empresários do comércio local, um ex-vereador, dois militares do Exército e um motorista.

As vítimas são garotas das etnias tariana, uanana, tucano e baré que vivem na periferia de São Gabriel da Cachoeira, que tem 90% da população (cerca de 38 mil pessoas) formada por índios.

Entre as meninas exploradas, há as que foram ameaçadas pelos suspeitos. Algumas foram obrigadas a se mudar para casas de familiares, na esperança de ficarem seguras.

M., de 12 anos, conta que "vendeu" a virgindade para um ex-vereador. O acerto, afirma a menina, ocorreu por meio de uma prima dela, que também é adolescente. "Ele me levou para o quarto e tirou minha roupa. Foi a primeira vez, fiquei triste."

A menina conta que o homem é casado e tem filhos. "Ele me deu R$ 20 e disse para eu não contar a ninguém."

P., de 14 anos, afirma que esteve duas vezes com um comerciante. "Ele me obrigou. Depois me deu um celular."

Já L., de 12 anos, diz que ela e outras meninas ganharam chocolates, dinheiro e roupas de marca em troca da virgindade. "Na primeira vez fui obrigada, ele me deu R$ 30 e uma caixa com chocolates."

Outra garota, X., de 15 anos, disse que presenciou encontros de sete homens com meninas de até dez anos.

"Eu vi meninas passando aquela situação, ficando com as coxas doloridas. Eles sempre dão dinheiro em troca disso [da virgindade]."

P. aceitou depor na PF porque recebeu ameaças de um dos suspeitos. "Ele falou que, se continuasse denunciando, eu iria junto com ele para a cadeia. Estou com medo, ele fez isso com muitas meninas menores", afirma.

Familiares e conselheiros tutelares que defendem as adolescentes também são ameaçados. "Eles avisaram: se abrirem a boca a gente vai mandar matar", diz a mãe de uma menina de 12 anos.

Enquanto isso tudo ocorre desde 2008, no Brasil sem fome, sem miséria e agora tão carinhoso...



Os crimes de estupro de vulnerável e exploração sexual têm penas previstas de quatro a dez anos de reclusão (com os benefícios da lei, quatro anos pode se transformar em nada e dez anos pode se transformar em 1 ou dois anos no máximo)

A irmã Giustina Zanato, 63, presidente do Conselho Municipal de Defesa da Criança e do Adolescente, diz que os casos são denunciados desde 2008.

"Fomos procurar a Justiça. Lá disseram que deveríamos ficar quietinhos no nosso lugar, que isso acontecia todos os dias", afirma Giustina.

Promotora de Justiça de São Gabriel, Christina Dolzany diz que ouviu depoimentos de dez meninas. "É uma coisa animalesca e triste, algumas delas relatam que perderam a virgindade nessa situação de exploração."

Algumas meninas, segundo Christina, já estão recebendo assistência psicológica.

O procurador federal Júlio José Araújo Junior, que atua no direito indígena, determinou a abertura de inquérito.

"A investigação pela PF se deve muito pela insatisfação da sociedade com as investigações que não andaram [na Polícia Civil]. Os acusados são pessoas que têm certo poder dentro da cidade, o que intimida qualquer tipo de denúncia", disse o procurador.

O delegado titular em São Gabriel atribui a morosidade da investigação à dificuldade de encontrar as garotas. "Passamos 30 dias para localizar quatro meninas. Apenas uma delas fez o exame de corpo de delito para comprovar a conjunção carnal. Assim fica difícil, elas mesmo dificultam."

ENQUANTO ISSO...

O deputado federal e ativista (eu diria fundamentalista)gay Jean Wyllys (PSOL-RJ), que se elegeu pela absurda lei eleitoral que garante a quem tem menos votos galgar uma cadeira no parlamento, apresentou projeto de lei que visa à regulamentação da atividade de profissionais do sexo (profissionais do sexo é uma maneira romântica de se referir à Prostituta. A lei, batizada de ‘Gabriela Leite’, se aprovada, regulamentará a prostituição e a tornará uma profissão. 

É preciso ser muito idiota e ex-participante de um BBB para afirmar:

Wyllys justifica o projeto afirmando que a Constituição Brasileira determina o combate à marginalização do cidadão. O deputado afirma ainda que, com a regulamentação, será possível um maior combate à exploração sexual. “Esse projeto servirá como instrumento de combate à exploração sexual, porque a Lei distingue o que é prostituição e o que é exploração sexual, institutos confundidos no atual código penal”, argumenta.

“O deputado federal Jean Wyllys diz que o moralismo ataca injustamente a vida de algumas pessoas. Eu digo o contrário. A imoralidade é uma chaga que corrói os bons costumes e a moralidade das famílias brasileiras”, atacou o deputado Samuel Malafaia, que foi mais longe. “A legalização da prostituição facilitaria o tráfico internacional de mulheres e a prostituição infantil. Outros países que passaram pelo mesmo processo se tornaram focos de tráficos de mulheres”.



Fontes: Uol/Folha/Verdadegospel/Folha do Espírito Santo












sábado, janeiro 19, 2013

Desarmando americanos, armando terroristas.






por Daniel Greenfield


Traduzido por Eliseu P. L. J. 
do artigo da FrontPageMag:Disarming Americans, Arming Terrorists










Enquanto a Casa Branca estava ocupada na elaboração de propostas para proibir rifles de assalto, a última das regulamentações impostas às viagens sauditas para os Estados Unidos após o 11 de setembro estava sendo desmontada. Enquanto alguns oficiais do governo americano estavam ocupados com seus planos para desarmar americanos, outros oficiais estavam negociando a transferência de F-16s e tanques Abrams para o Egito governado pela Irmandade Muçulmana.


Obama não está disposto a confiar em americanos com uma AR-15, mas está disposto a confiar em um grupo terrorista genocida com tanques Abrams e caças F-16. O canhão M61 Vulcan do F-16 pode disparar 6.000 tiros por minuto e a ogiva de 146 lb (aproximadamente 66,2 kg) de seus mísseis HARM podem fazer muito mais do que colocar algumas cavidades em uma parede de tijolos. O canhão de 120 mm do Abrams pode penetrar 26 cm de couraças de aço, tornando-o muito mais formidável do que até mesmo as mais loucas fantasias dos liberais de São Francisco sobre as capacidades do assim chamado "rifle de assalto".
  
Logotipo da Irmandade Muçulmana

Enquanto Obama não tem se disposto a respeitar a Constituição dos Estados Unidos e sua Declaração de Direitos, ele tem estado disposto a armar um grupo terrorista cujo lema é: "O Alcorão é nossa constituição, o Profeta Maomé é nosso líder, Guerra Santa é o nosso caminho e morte em nome de Alá é nosso objetivo". Se um estudante de Escola Secundária escrevesse isso em sua página no Facebook, ele seria preso pela polícia dentro de uma hora, mas uma organização internacional e um governo nacional que comercializa tal retórica recebe poder de fogo devastador do governo americano… de graça.
Logotipo do Hezbollah

Além de dar ao governo do Líbano governado pelo grupo terrorista Hezbollah 200 veículos blindados M113, Obama deliberadamente fez vista grossa enquanto a Al Qaeda e outros grupos rebeldes islâmicos na Líbia recebiam embarques de armas do Catar. Essas armas incluem poder de fogo muito maior do que qualquer coisa que você possa comprar no Wal-Mart e mais tarde foram parar em Mali e na Síria. Mais armas foram parar nas mãos de terroristas do Hamas em Gaza. Se alguma dessas armas foram usadas no assalto à missão diplomática em Benghazi é desconhecido, mas perfeitamente possível.

Enquanto os atacantes da Al-Qaeda em Benghazi estavam fortemente armados, com a cumplicidade do governo de Obama, os americanos foram obrigados a respeitar as leis de controle de armas da Líbia, porque, enquanto Obama estava disposto a bombardear um país e ajudar a armar seus terroristas, ele não estava tão disposto a permitir que os agentes de segurança da embaixada desprezassem a lei de armas de fogo em uma cidade governada por milícias terroristas. Ao invés disso, a milícia terrorista da Irmandade Muçulmana foi contratada para fornecer segurança para a missão de Benghazi… com resultados trágicos.

Tem havido uma grande quantidade de choro sobre o leite derramado ao falar da irresponsabilidade de Nancy Lanza em manter armas por toda a casa, mas e a irresponsabilidade de Obama ao enviar armas para traficantes mexicanos (operação Fast and Furious) e jatos e tanques para terroristas muçulmanos?

Com base em seu histórico, Obama acredita que é seguro enviar armas a traficantes mexicanos, ao Hezbollah e aos terroristas da Al-Qaeda, para não mencionar a Irmandade Muçulmana, mas que é muito perigoso para um americano possuir um cartucho de munição que pode conter mais de 10 rodadas.
E isso significa que Obama não tem em alta conta o caráter moral dos americanos, mas tem em alta conta os terroristas muçulmanos.

Esse dois pesos e duas medidas é o tema principal do atual governo americano. Um punhado de tiros em um massacre é o suficiente para privar todos os americanos de seus direitos constitucionais, mas o pior ato de assassinato em massa dos americanos não é o suficiente para privar estudantes sauditas muçulmanos que procuram uma boa escola de voo de seus vistos.

Mesmo enquanto Obama e Biden estão forçando mais checagens de antecedentes para os proprietários de armas, os estudantes sauditas serão submetidos a menos checagens de antecedentes. Em "A Audácia da Esperança", Obama prometeu ficar com os muçulmanos se os ventos políticos mudassem para uma direção horrível. Mas quando os ventos políticos mudam para uma direção horrível para os proprietários de armas, então Obama pode ser encontrado soprando no ventilador.

Nos EUA de Obama, apenas algumas pessoas podem esperar a proteção da Declaração de Direitos. E, em uma crise, há direitos civis de algumas pessoas que nós violamos e os direitos de algumas pessoas que nós não violamos.

Não há nada na Declaração de Direitos que diz que você não pode fichar viajantes muçulmanos em aeroportos. Para usar o mesmo argumento que os controladores de armas, aeroportos e aviões nem sequer existiam na época dos Pais Fundadores, portanto não poderiam ter previsto a sua existência ou aplicado qualquer limitação a qualquer violação dos direitos civis que podem ocorrer dentro deles.

O assassinato de 3.000 pessoas não tornou aceitável de forma alguma discriminar especialmente um muçulmano, apesar das leis da lógica, de probabilidade, e senso comum. Isso seria um exagero. Isso significaria punir um grande número de pessoas, o que seria inaceitável, não importa quantas vidas pudesse salvar. Mas privar milhões de americanos da proteção da Segunda Emenda após vários tiroteios realizados por adolescentes com doença mental é, por algum motivo, uma reação não exagerada.

Não é aceitável discriminar um número relativamente pequeno de muçulmanos nos Estados Unidos para salvar as vidas de milhares de pessoas, mas é imperativo que nós, discriminemos dezenas de milhões de americanos para salvar um número menor de pessoas. A lógica de segurança pública disso não se sustenta de acordo com os números, a ética ou a lei.

O negociante de armas da Irmandade Muçulmana na Casa Branca está operando sob flagrante caso de dois pesos e duas medidas. Ou um ato de assassinato em massa é uma razão válida para privar as pessoas de seus direitos civis, ou não é. Ou armas perigosas devem ser mantidas fora do alcance de pessoas potencialmente perigosas, ou não deveriam. Mas o que ele não pode fazer é o que ele está tentando fazer, que é ter as duas coisas, a concessão de privilégios especiais para muçulmanos do exterior e em casa, privando os americanos de seus direitos civis básicos.

Se o presidente Mohammed Morsi, que há apenas dois anos descreveu os EUA como um inimigo, e que, desde então, tem torturado e assassinado o seu único povo pode ser confiado com tanques Abrams e F-16s, então certamente o americano proprietário de arma pode ser confiado com uma AR-15 e um cartucho de munição que detém mais de 10 rodadas.


Fonte: Julio Severo

sexta-feira, janeiro 18, 2013

Impostos, história e corrupção.





por Rodrigo Sias(*)


Hoje, com mais de um terço do PIB em seu poder, o governo investe em média 1%, mesmo com o estardalhaço da propaganda oficial e o PAC.

Quanto maior o peso estatal, maiores as oportunidades de corrupção, troca de favores e clientelismo.


A tributação sempre esteve associada à coerção da sociedade pelo poder estatal, tornando-se objeto constante de controvérsia ao longo da história humana, dando origem a rebeliões, movimentos políticos, mitos e leis.

Grandes impérios sempre impuseram pesada tributação aos territórios submetidos. Nos tempos de Jesus Cristo apresentado na Bíblia, os cobradores de impostos eram considerados grandes pecadores e vistos como símbolo da dominação estrangeira simbolizada pelo Império Romano.

Considerada a primeira Constituição da história, a Magna Carta foi criada para limitar o poder dos reis ingleses de tributar a população.

É da mesma época o mito de Robin Hood, herói que lutava contra a opressão estatal e roubava do xerife de Nottingham- administrador dos cofres públicos - para distribuir aos pobres.

A Independência Americana foi motivada sobretudo por conta da questão dos impostos e seu lema inicial era "no taxation without representation".

A própria Revolução Francesa foi motivada inicialmente por um setor público visto como perdulário e voraz.

No Brasil, Tiradentes entrou para a história e transformou-se em herói nacional por conspirar contra o "quinto" cobrado por Portugal.

Mais de 200 anos depois, a "derrama" de impostos do brasileiro chegou a quase 36% do PIB em 2012 e dados do impostômetro - medidor dos impostos cobrados, idealizado pela Associação Comercial de São Paulo e pelo Instituto Brasileiro de Planejamento Tributário - indicam que o país recolheu R$ 1,556 trilhões no ano passado.

Para este ano, está prevista nova arrecadação recorde de R$ 1,734 trilhão. Nas comparações internacionais, o Brasil também está no topo. Nossa carga tributária é maior que em todos os países da América, com exceção da Argentina.

Também ganhamos da maioria dos países da OCDE e quando comparados aos países emergentes, somos campeões com folga.

As estatísticas indicam que a arrecadação vem crescendo sistematicamente bem mais que o PIB do país e nesses anos nos quais a economia encontra-se estagnada e a inflação cresce, observamos como consequência lógica que o Estado brasileiro está inchando a passos largos.

Muitas vezes me perguntam porque o Brasil crescia tanto na década de 70 e hoje vive "patinando". Uma das respostas mais óbvias tem a ver com a tributação: na época do "Milagre", o país possuia uma carga tributária próxima a 25% do PIB e os investimentos da União significavam quase 5% do PIB.

Hoje, com mais de um terço do PIB em seu poder, o governo investe em média 1%, mesmo com o estardalhaço da propaganda oficial e o PAC.

Além disso, a maior parte da arrecadação é composta por impostos indiretos que atrapalham a nossa competitividade e distorcem os incentivos produtivos.

Quanto maior o peso estatal, maiores as oportunidades de corrupção, troca de favores e clientelismo.

Em diversos rankings, nosso país aparece na vice-colocação entre os países mais corruptos, perdendo apenas para a Nigéria.

Segundo a sabedoria popular, "o Brasil tem a maior carga tributária do mundo para pagar a maior corrupção do mundo".

Observando os dados da Receita Federal e lendo as notícias de que José Genoino assumiu o mandato de deputado federal na semana passada, fica difícil discordar.



Publicado no jornal Brasil Econômico/Mídia Sem Máscara.

(*)Rodrigo Sias é economista do Instituto de Economia da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ).



quinta-feira, janeiro 17, 2013

Os Irmãos, Israel, os judeus, os macacos e os porcos.


Os Irmãos, Israel, os judeus, os macacos e os porcos.

por Caio Blinder



Denunciar antissemitismo é tarefa contínua. Bom quando o jornal mais importante do mundo, o New York Times, faz parte do esforço. Reconfortante quando a denúncia está na primeira página (edição da terça-feira). E é algo explosivo quando o alvo da denúncia é a Irmandade Muçulmana do presidente egípio Mohamed Mursi. Basta desta bobagem que a imprensa liberal fecha os olhos para os perigos que acompanham as boas oportunidades da Primavera Árabe.

O artigo lista virulentos comentários antissemitas e antiocidentais de Mursi, em 2010, nos tempos em que ele era dirigente da Irmandade Muçulmana, do gênero “devemos acalentar nossos filhos e netos” no ódio aos judeus e ao sionismo. Há também os insultos do estilo que os judeus são “descendentes de macacos e porcos”, algo dito de forma trivial em mesquitas sauditas e em outras partes do mundo islâmico.

É uma postura que alimenta a narrativa em Israel sobre a impossibilidade de apostar em melhores perspectivas na região, além de acelerar de forma vertiginosa a direitização no país. A menos de uma semana das eleições, com o avanço da extrema direita, o primeiro-ministro Benjamin Netanhyau, no contexto, se torna um pilar de moderação. Em Israel, há vozes que não ficam a dever à retórica de Mursi, como a de um líder dos colonos judeus na Cisjordânia, Moshe Feiglin. Certa vez, ele disse que “nós não podemos ensinar um macaco a falar e nós não podemos ensinar um árabe a ser democrático”.

Ir no arquivo das declarações de Mursi (está tudo documentado em vídeo) faz parte de um debate no qual se levantam questões sobre os esforços do presidente egípcio para se apresentar justamente como uma força moderadora e estabilizadora no exterior, em particular na questão palestina e na preservação do acordo de paz Egito-Israel.

E aqui uma interesssante contribuição para o debate na imprensa egípcia. É um artigo publicado no jornal independente Al-Masry Al-Youm (que tem um site em inglês). Adaptei de forma marota o título do artigo para ser o da minha coluna. O autor, Mohamed Hosny, ressalta que no seu núcleo a Irmandade Muçulmana é antijudaica e a animosidade é anterior, obviamente, à criação do estado de Israel.

No entanto, no decorrer de sua história, a Irmandade Muçulmana alternou esta virulência antissemita com posições pragmáticas no conflito entre Israel e o mundo árabe. Aliás, a retórica antissemita não é privilégio de grupos assumidamente islâmicos no Egito. Tal retórica faz parte da cultura política do país e para quem tem saudades da ditadura Mubarak não custa lembrar que este discurso permeava o espaço público naqueles tempos, como válvula de escape.

Hosny acredita que não devemos nos impressionar tanto com alguns “gestos retóricos”, pois a Irmandade Muçulmana tem uma “longa história de zigue-zagues e pragmatismo”. O New York Times também elabora sobre esta questão de pragmatismo e que o presidente inclusive é visto hoje por muitos no seu país como um “colaboracionista” do Ocidente, o que neste momento impediria um recuo, mas arremata que “as declarações passadas de Mursi podem ainda levantar questões sobre como ele poderia agir no futuro se o Egito não estivesse limitado por sua dependência financeira, relativa fraqueza militar e uma rede de alianças ocidentais”.

A família egípcia merece irmãos melhores do que estes da Irmandade. Em termos estratégicos, o dilema para o Ocidente, a destacar os EUA, é até que ponto faz sentido cultivar Mursi, o dono da casa, na ausência de melhores alternativas. E na terça-feira, na esteira da reportagem do New York Times, a Casa Branca não teve alternativa e precisou “condenar energicamente” a retórica antissemita do presidente egípcio.


PUBLICADO NA RUA JUDAICA DE 11/01/2013
por Osias Wurman

Entrevistas gravadas em 2010 mostram o presidente do Egito, Mohamed Morsi, chamando sionistas de 'sanguessugas' e descendentes de porcos





O MEMRI – Instituto de Pesquisas de Mídia do Oriente Médio publicou esta semana uma série de entrevistas dadas pelo Presidente do Egito, Mohammed Morsi, dois anos antes de sua eleição. As entrevistas, que foram postadas na internet em 2010, descrevem os sionistas como "sanguessugas" e descendentes de macacos e porcos, e pede "resistência militar" contra Israel, e que se cortem todos os laços com o Estado judeu. 

Nas imagens, descritas pelo MEMRI como "arquivamento" de entrevistas que foram originalmente publicadas on-line em 2010, Morsi declara: "Os sionistas não têm direito à terra da Palestina. Não há lugar para eles na terra da Palestina. O que eles tomaram antes de 1947-48 constitui saque, e o que eles estão fazendo agora é uma continuação desta pilhagem. De maneira alguma reconhecemos a sua Linha Verde. A terra da Palestina pertence aos palestinos, e não aos sionistas ". 

Desde que venceu as primeiras eleições democráticas, em junho passado, após a destituição do antigo presidente Hosni Mubarak, Morsi tem atenuado de forma significativa sua retórica anti-Israel. A ascensão de Morsi ao poder provocou temores entre israelenses sobre o futuro do tratado de paz 

No entanto, suas garantias de que iria respeitar as obrigações internacionais do Egito -, bem como a nomeação de um novo embaixador em Tel Aviv, em outubro, depois de quase um ano de ausência - foi uma forma de aliviar as tensões. 

O presidente egípcio também trocou correspondência com o presidente israelense, Shimon Peres, em duas ocasiões nos últimos meses - uma vez, em julho, pouco depois de chegar ao pode, e novamente ao entregar a Peres as credencias do novo embaixador. 

"Grande e bom amigo", escreveu Morsi na carta-protocolo entregue a Peres, "estamos desejosos de manter e reforçar as relações cordiais que existem entre os nossos dois países, eu indiquei o Sr. Atef Sayed Mohamed Salem El Ahl para ser nosso embaixador extraordinário e plenipotenciário ". 

Em ambos os casos, Morsi recebeu duras críticas de membros da Irmandade Muçulmana sobre as correspondências. 

No entanto, Israel tem visto as atitudes de Morsi mudar nestes breves meses no cargo. 

O Egito retirou seu embaixador em novembro depois que Israel lançou a Operação Pilar de Defesa contra as organizações te rroristas da Faixa de Gaza, território controlado pelo Hamas. Um mês antes, um vídeo mostrou Morsi pronunciando a palavra "Amém" depois de um momento de oração no Cairo, onde o pregador pediu a Deus para "destruir os judeus e os seus apoiadores." 

Desde então, tem sido grande o silêncio de Morsi sobre Israel, apesar de ajudar a mediar um acordo de cessar-fogo entre Israel e o Hamas, dando fim aos oito dias de conflito em que a Força Aérea Israelense realizou centenas de ataques contra alvos militares em Gaza, e os terroristas dispararam cerca de 1.500 foguetes contra comunidades israelenses. 

Em entrevistas destacadas pelo MEMRI em 2010, Morsi é visto descartando o processo de paz entre israelenses e palestinos, considerando o acordo um desperdício de tempo. 


"Essas negociações são um desperdício de tempo e oportunidades. Os sionistas ganham 
tempo e mais oportunidades, enquanto os palestinos, os árabes e os muçulmanos perdem tempo e oportunidades, e não ganham nada com isso. Podemos ver como esse sonho se dissipou. Este sonho sempre foi uma ilusão...A Autoridade Palestina foi criada pelos sionistas e os inimigos americanos com o único propósito de se opor à vontade do povo palestino e seus interesses ", disse Morsi à TV al-Quds libanês. "Nenhuma pessoa sensata pode esperar algum progresso nesta pista. Ou [aceitar] os sionistas e tudo o que eles querem, ou então é guerra. Isto é o que esses ocupantes da terra da Palestina sabem, que atacam os palestinos, estes senhores da guerra, os descendentes de macacos e porcos ".
Fonte: Rua Judaica.

segunda-feira, janeiro 14, 2013

Legalização da Pedofilia.






LEGALIZAÇÃO DA PEDOFILIA.

por Orlando Braga

Título no Mídia Sem Máscara: Absurdo: jornal inglês The Guardian defende a legalização da pedofilia
Artigo original Paedophilia: bringing dark desires to light, no The Guardian





Segundo o pedófilo inglês de alto coturno Tom O’Carroll, citado pelo Guardian, e que foi já condenado em tribunal por atividades ligadas à promoção da pedofilia, “se não existir bullying, coerção, abuso de poder, e se a criança entrar num relacionamento sexual com um adulto de forma voluntária … é evidente que não existe nenhum mal para a criança”.

1- O ato pedófilo é, em si mesmo, um ato de abuso de poder. O abuso de poder faz parte da definição do ato pedófilo. Por isso, dizer que é possível o ato pedófilo sem abuso de poder, é dizer que o ato pedófilo não é um ato pedófilo.

2 - Por outro lado, dizer que uma criança entra em um relacionamento sexual com um adulto de “forma voluntária” é dizer que uma criança tem a mesma capacidade de discernimento de um adulto — o que significa a negação da condição natural da criança.

3 - O que estamos a assistir na sociedade ocidental é a destruição da Razão e da racionalidade. O princípio da autonomia de Kant, levado ao radicalismo atual, pretende legitimar qualquer tipo de comportamento. Paradoxalmente, Kant baseava o seu princípio na liberdade versus responsabilidade, enquanto que a atual interpretação da autonomia do indivíduo baseia-se num putativo e alegado determinismo genético: “a culpa do pedófilo ser pedófilo, é dos genes”.

4 - A destruição massiva da Razão teve a sua origem em Darwin. Aconselho a visualização deste vídeo do professor Stephen Clark :


domingo, janeiro 13, 2013

Heterofobia deveria ser crime?.










E o fogo reascende novamente: héteros versus gays; ou seria a sanha gay contra os héteros? O caso é que Danilo Gentile questionou com o seu sempre irônico bom humor o Relatório Anual de Assassinato de Homossexuais (LGBT) relativo ao ano de 2012, divulgado nesta quinta-feira (10) pelo Grupo Gay da Bahia (GGB). Segundo a pesquisa, houve um assassinato contra gays a cada 26 horas no Brasil no ano passado:


Gentile foi ao twitter:




"E esse dado da Ong Gay aí que '1 gay é morto a cada 26 horas'? 140 héteros são mortos a cada 24 horas. Alguém aí come meu c* hoje? Só por segurança", declarou apresentador do 'Agora é Tarde', da Band.


partir daí, o parlamentar - que entrou pelo estupido sistema eleitoral que deixa de fora quem teve votos e coloca quem não teve tanto assim - Jean Willis , ex-BBB (excelente currículo), passou a guerrear com Gentile. Até nem convém publicar a batalha. Entendo o desabafo do Gentile e não me conformo com a verdadeira cruzada que o ex-BBB empreende. Pessoas como ele não parecem querer o respeito, mas se aproximam mais do "impor sua condição ao mundo". Os fundamentalistas gays como ele, não conseguem entender que existe uma lei mais antiga do que a Constituição que o Lula nunca assinou e que sempre existirá: O livre arbítrio, onde faz-se aquilo que bem se entender e, é claro, arca-se com as consequências jurídicas e - para quem acredita - espirituais. Ninguém pode impor a quem quer que seja seus valores e é exatamente o que tentam fazer os fundamentalistas gays tornando-se piores do que os fundamentalistas héteros - uns e outros são deploráveis.


 

Danilo Gentile não deixa de ter razão, afinal se for esmiuçado com lupa o mesmo relatório do GGB, de 2012 e de outros anos, certamente encontrarão assassinatos de gays contra gays e aí caem por terra esse argumento da tal homofobia. O país para cada problema que surge, tenta fazer uma lei específica e o final é um emaranhado de leis que acabam se superpondo. Para que realmente se fez a lei Maria da Penha? Por acaso acabaram os assassinatos de mulheres pelos companheiros ? Essa lei realmente funciona num pais como o nosso? Decretar distâncias mínimas entre esposos perigosos e esposas desprotegidas funciona? E se essa distância for algo em torno de 30 metros? Pois foi isso que a justiça decretou no caso da procuradora Ana Alice Moreira Melo.

Criminalizar a homofobia já não está implícita na lei nos casos de ofensa à honra? É claro, assim como agressões a esposas, namoradas, amantes, homossexuais, héteros, chineses, brancos ou negros. Mas o que os gays fundamentalistas querem é muito mais, é algo que pode demandar a reunião da ONU; afinal revogar alguns mandamentos e condutas constantes na Bíblia vai requerer que o autor intelectual deste livro também seja chamado a opinar.

Alguns casos que o movimento GGB deve ter misturado - ou misturará -  à sua lista:



Janeiro 2013



Em dezembro de 2012:


Em Julho de 2012:

Em Junho 2012:

Ainda em 2011:

Não é muito fácil encontrar esses fatos na Internet que podem passar como casos comuns (se é que se possa chamar assassinatos de casos comuns). Quantos asiáticos foram assassinados por não asiáticos? Isso tem acontecido normalmente e as vítimas são coreanos e chineses, comerciantes que ousam guardar seus valores em casa; isso poderia ser chamado de Preconceito contra Asiáticos?
Quanto aos assassinatos que ocorrem todos os dias onde as vítimas são esposas, amantes, namoradas; poderemos chamar de Preconceito também? 

Bobagem; esse governo que vem limpando cofres públicos e arrebentando com os poucos valôres que ainda tínhamos é o responsável direto por, primeiro dividir a sociedade e jogar uns contra os outros: negros contra brancos; ricos contra pobres; heteros contra gays e todos acabam embarcando nesse trem que vai colidir mais à frente, com toda certeza. E o número de vítimas não será pouco.