quinta-feira, abril 25, 2013

O foco exclusivo em Israel.








O foco exclusivo em Israel.
por Ariel Krok




Chegando a 80.000 mortos na Síria nos últimos dois anos (mais que todo conflito de 65 anos entre Israelenses e Palestinos), com milhares de mulheres e crianças covardemente assassinadas por seu próprio governo, sem contar os mais de um milhão de refugiados Sírios, milhares mortos no Egito, outros milhares na África, centenas no Afeganistão, Paquistão e Ásia em geral, mas o foco está praticamente apenas em Israel.

Palestinos sem direito algum no Líbano ou mortos dentro de uma mesquita na Síria, mas o foco esta unicamente no conflito com Israel – parece que palestinos que vivem em outros países não tem a mesma importância dos que vivem em Israel, Gaza ou Cisjordânia. Tibetanos tendo sua cultura milenar arrasada pela China, Curdos perseguidos na Turquia, Bahais no Irã, Cristãos no Egito, Sudão, Mali entre outros países, mas o foco está na meia dúzia de imigrantes ilegais em Israel.

Mulheres sem direitos nos países muçulmanos, proibidas de dirigir na Arábia Saudita, perseguidas no Paquistão, estupradas na Índia, mas o foco esta no grupo que não consegue usar Talit no Kotel em Israel. Homossexuais enforcados no Irã, linchados no Egito, assassinados no Afeganistão, mas o foco está nos casais gays israelenses que não conseguem adotar filhos.

É claro que Israel erra, é claro que os erros de uns não justificam o dos outros e que Israel tem muito que melhorar, porem seus erros estão muito longe do que acontece na sua vizinhança e em muitas outras partes do mundo. Fato é que na maioria das vezes Israel é constantemente condenado, difamado, boicotado e perseguido enquanto os outros com históricos horríveis ficam sem criticas, da maneira que é feito já há anos à impressão que se tem é que os estados que mais ferem os direitos humanos ficam sem condenações e tem carta branca para continuar já que raramente são publicamente condenados, afinal o mundo já tem seu bode expiatório.

Por quê? Por que este paisinho minúsculo chama tanta atenção desde o primeiro dia de sua independência? Porque causa tantos sentimentos, porque atrai tanta atenção, porque os olhos do mundo estão sempre voltados quase que unicamente para Israel?

Porque a grande maioria das condenações do Conselho de Direitos Humanos da ONU são destinadas quase que unicamente a Israel, enquanto países comprovadamente agressores e desrespeitadores dos direitos humanos que perseguem, prendem e matam sua própria população, que negam direitos básicos a seus compatriotas, nada ou muito pouco acontece?

Jerusalém é a segunda cidade no mundo em numero de jornalistas estrangeiros, perdendo apenas para Washington, seria esta a resposta? É uma possibilidade, já que muitas reportagens enviesadas contra Israel são preparadas justamente ali, uma democracia que permite ser criticada sem consequências a seus críticos, onde a liberdade de expressão é garantida e respeitada inclusive a jornalistas de países hostis que ali podem exercer sua profissão como não poderiam nem pensar em seus países de origem porque seriam encarcerados, torturados e mortos no dia seguinte.

Certa vez em um encontro em Madri com Javier Moreno, editor chefe do El Pais o maior jornal de língua espanhola do mundo, questionei porque tantas reportagens enviesadas, porque tantas manchetes invertidas, por exemplo, quando Israel retalia um lançamento de misseis vindos de Gaza lançados em direção à sua população civil e no contra-ataque mata os terroristas que estavam lançando, as mídias geralmente publicam: “Israel mata três militantes palestinos em ataque aéreo”, somente quando se lê a reportagem entende-se que os três “militantes” (na verdade terroristas) é que estavam lançando misseis “caseiros” (que matam da mesma forma), contra cidades Israelenses e que estes é que iniciaram a ofensiva.

A resposta dele foi uma saída pela tangente, “veja bem, temos que analisar as circunstancias”. Apenas quem se dá ao trabalho de ler a reportagem até o final (cada dia mais raro com as pessoas sempre apressadas e satisfeitas em ler apenas as manchetes) percebe a armadilha. Porem o mal já foi feito, muitas mídias adeptas do jornalismo “copy/paste” espalham rapidamente a noticia invertida e o prejudicado com isto além de Israel é claro, são os leitores que ficam mal informados e tem sua percepção alterada por manchetes invertidas.

Daí uma coisa leva a outra, atrai mais foco pois o que vende é a desgraça. As inúmeras soluções que Israel fez e continua fazendo para todo o mundo não vende jornal, isto é praticamente um dever de Israel, dar soluções ao mundo que tanto o difama.

Israel comete erros e criticas são bem vindas, desde que verídicas. Falácias e difamações que procuram nada além de deslegitimar Israel não podem ser aceitas e devem ser combatidas. O entendimento tem que vir com base na verdade, do contrario não dura. E não adianta falar que Israel se faz de coitadinho, pois esta longe da verdade com seu poder, influência e força, reconhecidos em todo mundo, principalmente entre seus vizinhos.

Triste perceber isto, porque se ao menos dessem uma trégua a Israel, se o foco não fosse tão intenso em cima de Israel, se as noticias fossem mais próximas da realidade quem sabe teríamos uma percepção melhor do Estado de Israel e suas maravilhosas soluções. Quem sabe os Israelenses comuns que são erroneamente vistos como carniceiros ou racistas pudessem confiar mais no resto do mundo e não temer novas ameaças (que de fato sempre rondam o pequeno estado Judeu além das comunidades na diáspora), quem sabe com as rédeas mais baixas poderiam gastar menos tempo e atenção para se defender das mídias maliciosas, das falácias proferidas, das condenações antecipadas e muitas vezes baseadas em meias verdades ou totais mentiras (normalmente desmentidas meses ou até anos depois), quem sabe com isto poderia se ter mais tempo e atenção à questão da paz… Quem sabe…

Fonte: shalomcolunistas.wordpress.com


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