quinta-feira, julho 26, 2012

ENTEBBE: A LIÇÃO DE ISRAEL CONTRA O TERRORISMO.


(*) por Julio Severo



Acabei de ler o livro “Entebbe: A Defining Moment in the War on Terrorism” (Entebbe: Momento Decisivo na Guerra contra o Terrorismo), escrito por Iddo Netanyahu, irmão do primeiro-ministro israelense Benjamin Netanyahu. O livro, que é fascinante, me foi recomendado por WorldNetDaily.
Fiquei tão empolgado com a leitura que seria injusto não compartilhar com os leitores as proezas da “Operação Entebbe”, nome pelo qual ficou conhecida uma espetacular operação militar, realizada pelas Forças de Defesa de Israel, em julho de 1976.


Compartilharei, pois, essa leitura, a partir de material da Wikipédia, mas com os filtros necessários do livro que li, onde o autor entrevistou os soldados e reféns.
A “Operação Entebbe” tinha como alvo libertar mais de 100 judeus, sequestrados por palestinos islâmicos e alemães comunistas durante um voo comercial. O avião fora desviado para o aeroporto de Entebbe, situado nos arredores de Kampala, capital de Uganda (África), na época sob o governo de Idi Amin Dada, um ditador marxista apoiador do terrorismo islâmico contra Israel, além de adepto do canibalismo e bruxaria africana. Ele era defensor de Adolf Hitler e favorável à extinção do Estado de Israel.
A operação foi originariamente denominada de “Operação Thunderbolt”. Depois, foi rebatizada como “Operação Yonatan”, em homenagem ao comandante da força-tarefa, o tenente-coronel Yonatan Netanyahu (irmão do primeiro-ministro israelense Benjamin Netanyahu), único militar israelense morto durante a ação.

Entretanto, ficou mundial e popularmente conhecida como “Operação Entebbe” e já foi tema de inúmeros livros, documentários e filmes, inclusive inspirando o filme de ação militar Comando Delta (The Delta Force), com Chuck Norris.


É considerada por muitos especialistas como a missão de resgate mais complexa e perfeita de todos os tempos, inspirando as forças armadas dos Estados Unidos a criar equipes de resgate altamente treinadas de acordo com o modelo do resgate de Entebbe. Uma notável tentativa americana de imitar os israelenses foi a Operação Garra de Águia, um resgate fracassado de 53 funcionários da Embaixada dos EUA mantidos como reféns em Teerã durante a crise provocada quando radicais islâmicos tomaram o governo do Irã e a Embaixada dos EUA.

O drama dos reféns judeus começou no dia 27 de junho de 1976, com o sequestro de um Airbus A300 da Air France, que fazia a rota Tel Aviv-Paris, com escala em Atenas (Grécia), e 258 pessoas a bordo.

Oito minutos após a decolagem de Atenas, terroristas palestinos islâmicos e alemães comunistas assumem o controle do avião, que em seguida voa para a Líbia, onde os terroristas palestinos têm uma base. O próprio ditador islâmico da Líbia, Muamar Kadafi, dá apoio aos sequestradores.
Em seguida, o avião parte para Uganda, aterrissando no aeroporto de Entebbe. Ali, os terroristas separam os passageiros, libertando todos os que não eram judeus e israelenses. Restaram pouco mais de 100 passageiros, entre eles dois estudantes brasileiros de sangue judeu.

Os terroristas revelaram que se Israel não libertasse terroristas palestinos em prisões israelenses, os passageiros seriam mortos. A data final era 4 de julho.

O governo de Israel estava na dúvida se negociava ou agia. No fim, a decisão foi pela ação. No Aeroporto Internacional Ben Gurion, quatro aviões Hércules C-130 de transporte começaram a levantar voo a partir das 13h20 do dia 3 de julho, em voo baixo e por regiões distantes a fim de evitar radares russos e árabes.

Devido ao forte calor na baixa altitude, a maioria dos militares israelenses passa mal e vomita. Depois de se distanciar dos radares russos, os aviões partem para altitudes mais elevadas.
Sete horas depois da decolagem, os aviões carregados de militares israelenses aproximavam-se de Entebbe, quase à meia-noite.

Após a aterrisagem, do primeiro C-130 Hercules descem a rampa para pista escura um Mercedes e dois Land Rover, transportando 35 militares israelenses, que iriam tomar de assalto o velho terminal, onde estavam os sequestradores e reféns. Para poder chegar ao terminal sem levantar suspeitas, os israelenses que iam no Mercedes estavam vestidos com uniformes ugandenses.

A 100m do terminal duas sentinelas, com metralhadoras apontadas, ordenaram que o Mercedes parasse, mas foram rapidamente eliminadas.
Os militares de Israel seguiram em frente até uns 50m do edifício. A partir daí, foram a pé, conseguindo chegar ao local de surpresa, impedindo assim que os terroristas explodissem todos os reféns, que estavam deitados no salão principal. Quatro terroristas estavam montando guarda. Apanhados de surpresa, foram mortos imediatamente, e o grupo de assalto 2 subiu pelas escadas.

Vários soldados ugandenses também foram mortos. As ordens eram para tratar os ugandenses como inimigo armado, se abrissem fogo; se fugissem ou abaixassem as armas, seriam poupados. Mas para os terroristas islâmicos e comunistas, a ordem era eliminar por completo.

As tropas que realizaram a ação estavam divididas em cinco grupos de assalto:

* Grupo de Assalto 1: se encarregou da segurança da pista do aeroporto de Entebbe e dos aviões (era formado por 33 médicos que também eram soldados);
* Grupo de Assalto 2: tomou o edifício do antigo terminal e libertou os reféns;
* Grupo de Assalto 3: tomou o edifício do novo terminal;
* Grupo de Assalto 4: impediu a ação das unidades blindadas de Idi Amin (estacionadas em Kampala, a 37 km de distância) e destruiu os aviões de combate ugandenses MiG 17 e MiG 21 estacionados no aeroporto, para impedir uma possível perseguição aérea. Esse grupo também ficou de vigilância na estrada de acesso ao aeroporto, pois sabia-se que o Exército ugandense tinha tanques soviéticos e carros blindados tchecos para transporte de tropas estacionados na capital.
* Grupo de Assalto 5: evacuou os reféns, conduzindo-os para o avião Hercules que estava à espera.
A ação toda levou aproximadamente uma hora e meia.

Do lado israelense os mortos foram quatro: Yoni, que era o comandante e irmão do atual primeiro-ministro de Israel, e três reféns — dois morreram no fogo cruzado com os terroristas e uma senhora de idade, Dora Bloch, que havia sido transferida para um hospital de Uganda e que posteriormente foi assassinada por ordem de Idi Amin. Dos 13 terroristas envolvidos no sequestro, os oito que estavam no aeroporto foram mortos. Os outros estavam fora do aeroporto. Morreram ainda 35 ugandenses na operação. Além disso, um número incerto de soldados ugandenses e autoridades civis do aeroporto foram, posteriormente, executados por ordem de Idi Amin por não terem feito tudo o que puderam para deter os israelenses.

No dia 4, data marcada pelos terroristas para matar os reféns judeus, um C-130 Hercules aterrissa no Aeroporto Internacional Ben Gurion, em Israel. De suas portas traseiras, 102 pessoas — homens, mulheres e crianças — correm em segurança para se reunir com seus familiares e amigos.

Com a “Operação Entebbe”, Israel deixa para o mundo uma grande inspiração de resgate de inocentes e luta contra terroristas armados — uma luta que Hollywood mostra bem nas telas e na fantasia, como no filme Comando Delta, mas que Israel mostra bem na vida real.
Com informações de “Entebbe: A Defining Moment in the War on Terrorism” e Wikipédia.

(*)Título Original: Entebbe: A solitária e surpreendente luta de Israel contra o terrorismo

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