quarta-feira, abril 21, 2010

21 de Abril



A história não foi muito condescendente com o Brasil nesse 21 de Abril, e em outras datas também. O começo da nossa história foi complicado. Diz a lenda que os portugueses rumavam para as Índias e (sem querer) acabaram descobrindo o Brasil!. Ou seja, seria como pretendermos ir à Disney e embarcarmos num voo para a Patagônia. Lá atrás, 1792, o Tiradentes - único pobre entre os insurgentes - foi enforcado; os outros participantes do movimento saíram de fininho e viveram felizes.
Em 1927 era inaugurado o estádio de São Januário do meu Vascão. E dai? Daí que 40 anos depois o Eurico Miranda ingressou no Vasco e todo mundo sabe o final da história... .
Em 1960 Juscelino inaugurava Brasília e dava o empurrão oficial para que o Governo se tornasse uma Sociedade Anônima: as empreiteiras se tornaram sócias majoritárias dos governos e os governantes viraram sócios majoritários delas - taí o PAC que não me deixa mentir -.

Em 1985 o dr. Tancredo Neves, faleceu mineiramente depois de mineiramente estar no governo (de um jeito ou de outro) desde 1935. Podemos dizer que o dr. Tancredo foi assim uma espécie de Porcina da política: foi presidente sem jamais ter sido.
Enfim, o melhor a se comemorar é o Dia mundial dos Bombeiros. Gente de fibra, que exerce a profissão como um sacerdócio, com a desvantagem - no Brasil - de ganharem pouco e se arriscarem muito.

Daí que o feriado aqui em Sampa amanheceu parecendo um domingão com muito sol e calor. Então o que fazer? Passear nos Shoppings (Urgh!); correr no Ibirapuera e ver aquele concretão do Niemeyer?; ir ao cinema e assistir o Chico Xavier (Puargh!), Lulla o filho da P átria (Vade retro Satana!), Avatar (e correr o risco de ver a Marina Silva?)... . Que tal lavar a alma?. Eu fui!.

O local: Paróquia de Santo Antonio do Caxingui, Av. Prof. Francisco Morato, 2042 (Pertinho do Estádio do São Paulo F.C.)

O que tem nessa Igreja de tão especial? Às 4ªs feiras ao meio dia e no último domingo do mês, o padre Sérgio Roberto de Farias, 29 anos, carinhosamente chamado de padre Sérginho celebra a missa de Libertação (Renovação Carismática).

Quem o vê, pela primeira vez, não acredita sequer que ele seja um sacerdote: tem-se a impressão que um coroinha tomou o lugar do padre. Baixinho, cabelos cortados à americana, óculos de geniozinho de escola, bem diferente do porte atlético, dos quase dois metros de altura do padre Marcelo Rossi. Dono de uma voz marcante, irradiando uma energia contagiante, o padre Sérginho sabe como poucos pastores como conquistar suas ovelhas. E tome músicas de louvor, invocando o Espírito Santo, reverenciando o Cristo, fazendo com que todos sintam que realmente nesse local o sobrenatural está presente.
É o sermão um ponto forte do padre Sérginho; no de hoje ele perguntou o quê tantas pessoas (calculo mais de quinhentas e tantas outras que voltaram por falta de espaço), que poderiam estar "curtindo" o feriado, faziam alí?

- "Somos loucos, loucos por Cristo Jesus...". "Muitos nos criticam, mas continuaremos ao lado de Cristo...". "...O inferno que se cuide... nós o fecharemos...".

Inevitável é verem-se as manifestações de libertação: à minha frente uma jovem cai; mais adiante uma senhora; atrás mais outra e por todo o recinto manifestações iguais acontecem. O padre Sérginho adverte e os fiéis vão ao delírio aplaudindo a Jesus:
-"Não se incomodem... nós vemos a todo instante as manifestações do pecado pelas ruas e não nos escandalizamos... são pessoas sendo curadas não por homens, mas pelo Espírito Santo de Deus...".

Duas horas ou um pouco mais, já é possível ver-se, à saida da Igreja, que aquelas pessoas que entraram com o semblante carregado, se sentem aliviadas, curadas, libertas e já sorriem, cumprimentam-se umas às outras, trocam endereços, e-mails, números de telefones e prometem voltar na próxima semana; desta vez só para louvar, só para agradecer. Aos que ainda não receberam aquilo que foram buscar, fica a certeza de que na próxima missa lá estarão novamente e, desta vez, crendo que não é o padre Sérginho quem cura ou liberta e sim o Cristo Vivo.

Que bom se a CNBB lutasse para que todas as missas fossem como as realizadas pela Renovação Carismática; que abandonassem a política partidária, que parassem de conduzir as ovelhas do Senhor para as bocas famintas dos lobos travestidos de políticos cristãos... . Mas isso é um sonho. Parabéns ao padre Sérginho.


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